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terça-feira, 23 de abril de 2013

Vivências de Leitura - Emerson - Franca


Apesar de meus pais não me apresentarem ao mundo da leitura, havia muitos livros na estante de minha casa, alguns de caráter técnico e outros de instrução, mas me lembro do meu primeiro livro, já um pouco tarde, mas foi o primeiro que ganhei, ou que tive interesse em adquirir, pois na primeira série um vendedor de livros passou pela escola e nos fez algumas ofertas, assim adquiri "Chapeuzinho Vermelho" um pequeno livro de capa amarela que li e reli várias vezes.
Mas minha experiência mais significativa foi na 5ª série com a Professora Suraia, hoje diretora da Escola Jorge Faleiros em Patrocínio Paulista, minha terra. Naquela época dona Suraia tinha em sua rotina de aula a leitura compartilhada dos textos do livro didático, assim a turma era organizada em fileiras e cada aluno com seu livro didático tinha que acompanhar a leitura do colega, e também prestando bastante atenção à leitura do texto, aguardando o comando da professora para que o próximo aluno continuasse a leitura, assim aquele engraçadinho que não estava acompanhando era surpreendido quando lhe era solicitada a leitura, havia naquele período o colega Kiko que sempre se perdia, pois fica conversando e distraindo um ou outro colega para a tarefa de ler, assim quando a professora pedia para que desse continuidade a leitura, sempre lia um trecho que estava fora da ordem, ou alguém já tinha lido ou lia um trecho ainda distante, era engraçado, mas a maioria tinha medo da tarefa e da bronca.
Esta professora também era uma exímia contadora de histórias.
Outra atividade interessante, sempre no retorno das férias, era a redação minhas férias, na ocasião me lembro muito bem que meu pai estava doente, então passei alguns dias na casa de minha tia, irmã de minha mãe, e para mim o período mais gostoso das férias era nadar e pescar em um córrego que passava pelos fundos de sua casa. Então resolvi escrever a redação sobre essa brincadeira.
Assim comecei a escrever, me lembro bem, inclusive da dura que tomei da dona Suraia, veja só meu texto:
"Passei a maior parte de minhas férias na casa da tia Isaura, nos fundos de sua casa passa um "corguinho" que dá para nadar e pescar com peneira, assim após o almoço quando o sol está quente, vamos (eu e alguns colegas) para lá, pescar e nadar".... e continuei a redação, mas o problema foi quando dona Suraia pediu que eu fizesse a leitura para a classe, fiquei feliz, então iniciei a leitura, e derrepente quando li "corguinho" escutei um grito enorme: "O quê? córguinhoooo, menino não é "corguinho" é córregozinho, corrija por favor, rapidamente. Então fiquei todo vermelho e tratei de corrigir rapidamente e continuar a leitura, é lógico após os risos e burburinhos da sala toda.
Mas hoje, quando conversamos sobre esta passagem ela acha engraçado eu também. Foi uma experiência incrível e inesquecível, portanto quando escrevo algo e tenho alguma dúvida recorro ao dicionário.
Grande abraço.
Emerson

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